A Realidade e a Versão

A realidade e a versão

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Autor:

Fátima Alves

Ao longo de nossas vidas aprendemos a ver as situações de maneira fantasiosa. São fantasias e distorções da realidade alicerçadas em nossos medos, carências e crenças arraigadas.
Passamos pela vida sem nos darmos conta de quem realmente somos. Quem é nosso pai, quem é nossa mãe, nossa esposa, nosso marido, nosso filho. Criamos versões dos fatos e das pessoas e justificamos para nós mesmos essas versões para que possamos conviver com a fantasia sem confronto.
No fundo nós sabemos que não somos exatamente aquela imagem que tentamos mostrar ao mundo externo. Sabemos inclusive que nosso pai, ou mãe ou cônjuge também não são aquela imagem que criamos convenientemente. Mas é mais cômodo deixar as coisas como estão. É mais cômodo ser disfarçadamente infeliz do que encarar a realidade e mudar o rumo de nossa vida. Justificativas, criamos aos montes: “já estou velho para mudar”; “eu já tenho filhos e não dá para mudar as coisas agora”; “não tenho recursos financeiros para mudar o rumo da minha vida”; etc., etc., etc.

Na verdade, essas desculpas apontam o medo de encarar o que é novo. Medo de enfrentar a realidade. Preferimos ser infelizes e viver na zona de conforto, preferimos ficar o comodismo a ter que tomar uma atitude madura e racional. Enxergar a realidade exige uma tomada de decisão, de postura, de comportamento, que muitas vezes não estamos dispostos a realizar. A gente até enxerga o problema e sabe qual seria a solução (nós sempre sabemos a solução para nossos problemas), mas o difícil é justamente assumir isso e resolvê-lo de uma vez por todas. Quantos casamentos se arrastam por anos e anos, trazendo amargura e sofrimento para o casal e também para os filhos, simplesmente porque as pessoas não têm coragem de sentar, conversar com sinceridade e tomar uma decisão madura.

O mesmo acontece nas áreas profissional, familiar, social. As pessoas não têm coragem de se expressar com sinceridade, com sentimento. Passam pelas situações e pela vida de forma superficial. Isso traz sofrimento. Não viver uma vida plena traz sofrimento. 

O fato de não encararmos a realidade dos fatos não significa que eles não estejam lá. Só significa que estamos adiando uma solução. Enfrentar uma situação por mais difícil que seja é a maneira mais curta de aprender e crescer como consciência. Pode ser muito duro e sofrido no momento, mas é definitivo. Quando a fase pior passar, perceberemos que somos mais felizes e que conseguimos resolver mais um item na nossa vida.

Não enfrentar a realidade e adiar a resolução dos problemas é adiar a própria felicidade. É levar uma vida superficial e falsa. Quando não enfrentamos os desafios e as dificuldades que a vida nos apresenta, perdemos a rica oportunidade de nos aperfeiçoarmos como consciência.

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